sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pilotos versateis



Para a Guiné, montar a esquadra dos G-91 – Tigres (que em Moçambique chamaram depois Jaguares, nome que ainda se mantém), foi o Egidio Lopes, acompanhado pelo Ary Meca Murracas, Manuel Luís António e o então 1º Sar. Piloto Cardoso. Um grupo de alto gabarito, sempre pronto e operacional para o que desse e viesse.
O T/Cor. Hugo Damásio e o Egidio viajáram no mesmo DC-6 para a Guiné. O velho “leão” (H. Damásio) foi comandar o Grupo Operacional, mas fazia também parte da Esquadra dos Tigres. Meses depois foram chegando outros pilotos, entre os quais o Maj Pil. Av. Moreira, que ficou a comandar a esquadra, depois de estar tudo montado e operacional.
Como pormenor: quando o entao tenente Egidio Lopes foi nomeado para a Guiné, fez uma reunião com os sargentos mais antigos da Manutenção da B.A.5, tendo encarregado o 1º Sargento Marques de arranjar uma lista de mecânicos, das diversas especialidades para a esquadra da Guiné.
No dia seguinte o entao Sargento marques informou o Ten Egidio que eram todos voluntários. Foi uma negociação aturada para fazer a selecção sem ferir susceptibilidades, mas que o 1º Sarg. Marques e e 2º Sarg Resende, este com a especialidade de motores a jacto, conseguiram levar a bom termo.
Os poucos pilotos que havia para voar todas as aeronaves na Guiné, fazia com que muitos voassem 2 tipos de avião. Voava normalmente o Fiat e Dornier-27. Num curto período de tempo houve uma falta de pilotos de T-6, avião que nunca tinha voado. Um dos casos foi o Ten Egidio que pediu ao Ten. Mil. Marinho para me dar umas horas de instrução de voo neste avião, depois de ter estudado a TO. Ao fim de 3 voos foi informado que já poderia voar sozinho!! E lá foi, com algum receio, fazer uma voltas de pista. Não se sentia muito seguro. Mas no dia seguinte era necessário fazer um ATIP com o T-6. Foram pedidas instruções ao Marinho e o Ten Egidio ousou arriscar. Quando ia a caminho do avião, o Resende perguntou se me podia acompanhar. Nem pense foi a resposta do Egidio! Morrer por morrer que morra só um porque não tenho experiência neste avião. E muito menos a fazer bombardeamento.
A resposta do Resende mostrou realemnte a lealdade e camaradagem que existia e tais situacoes... dizendo: Então morremos os dois, e lá foi buscar um paraquedas para ir comigo. Correu tudo bem, mas o Ten Egidio ia muito desconfortável e com alguma insegurança à mistura. Insensatez, exagero? Talvez, mas era assim!

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