quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Morteiros e Frigorificos


Numa das missoes que me foi dada a possibilidade de acompanhar o piloto, neste caso o Ten. Balaco, foi numa DO27, com a missao de transporte de correio para Farim. Geralmente apos a entrega do correio, ficavamos para almocar, e eu obviamente era convidado para almocar na messe dos Sargentos. Farim na altura era atacada sistematicamente por morteiros de calibe 80 e salvo erro 120, este ultimo que nao existia nas nossas forcas armadas. O barulho caracteristico da saida do morteiro era parecido com o fechar da porta de um frigorifico, e dai contavamos ca de 6 a 10 segundos ate a explosao do mesmo. A certa altura e no meio do almoco, ouvimos o barulho caracteristico, e gerou-se a confusao total, com a malta toda a correr por todos os lados a contar em voz alta e a tentarem esconder-se em qualquer possivel abrigo. Pratos, cadeiras, bom uma autentica confusao. Acabou o tempo de contagem..e nada!!! Esperamos mais alguns segundos e nada!!! Ate que alguem, ja bastante irritado se levantou, foi directo a cozinha e perguntou quem teve a triste ideia de bater com a porta do frigorifico? La apareceu um massarico, que pediu milhoes de desculpas, mas ainda nao estava habituado ao facto que era expressamente proibido bater com as portas dos frigorificos, mas sim fecha-los suavemente.... O seguro morreu de velho, mas o cagaco foi geral!!

sábado, 20 de agosto de 2011

HELI - CANHAO


Nada de mais, mas tive opotunidade de experimentar esta grande maquina de guerra, obviamente como convidado pois e em tempos em que isso era possivel. Foi la para os lados do Cantanhes, que fiz gosto ao dedo dando dois ou tres tiros com a celebre bala explosiva!! Foram tiros sem um alvo especifico, mas so para alertar a nossa presenca e na altura em que havia ordens especificas para as populacoes se mudarem para perto dos poucos caminhos existentes, pois se o nao o fizessem dentro do prazo establecido, as palhotas eram destruidas. Por isso e do pouco que recordo atirei para uma arvore ao pe de uma palhota meia destruida, e o resultado foi espetacular. Numa area de ca de 5 a 7 metros em redor tudo praticamente ficou destruido. Era realmente uma pequena maravilha de maquina de guerra.
O Desenho foi aproveitado de uma informacao da pagina da Forca Aerea no facebook, em que um paraquedista se intitulava como atirador permanente do Heli-Canhao. Como todos achamos pouco provavel a veracidade desta historia, resolvi fazer um pequeno scatch a tipo de piada, sem qualquer ofensa e com o devido por aquela tropa da elite.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O susto do Comandante



Nao me lembro bem do nome, mas havia um 2nd comandante da BA12, quando la cheguei em 67, que fazia as vezes do Comandante ate a chegada do Cor. Neto. Este individuo era bastante anti-social e tratava a malta com maus modos. Azar o dele, pois num dos dias em que tive que fazer um turno de guarda a um dos hangares onde exactamente se encontrava o Hely-canhao, vi-o aproximar-se surrateiramente, para ver se possivelmente me encontrava a dormir, e obviamente dar-me a respectiva porrada. Ora escondi-me e como era tudo bastante escuro, quando ele se encontava a um escassos metros, apareci, engatei a FBP, e sai-lhe no passo perguntando em alto e bom som: “quem vem la?” Obtive a resposta “ Sou o teu comandante”. Ai resolve seguir as instrucoes “by the book”, e pedi-lhe a “SENHA”… que estranhamente ele nao sabia. Por isso resolvi gozar um pouco, e mandei-o de imediato deitar no chao, contra as reclamacoes dele, la acabou por ceder. Disse-lhe para nao se mecher se nao abria fogo. Aproximei-me e obviamente tive que dar o braco a trocer pois ai ja nao tinha desculpas de o nao reconhecer. Enfim o homem espumava, bafejava e estava branco como a cale da parede. Pedi-lhe desculpa, mas era as instrucoes que me tinham dado, e como e obvio ele teve que aceitar e ceder, pedindo para nao comentar este incidente, o que obviamente fiz para nao sofrer as consequencias de tal acto. O caricato e que o apanhei mais tarde em Sao Jacinto BA7, quando regreseei do Ultramar. Sorte ele ne me ter reconhecido, pois ainda lhe dei saida no Batiscraft que la existia, isto salvo erro nos fins de 68.

A Guerra dos percevejos


Ainda nao tinha acbado o ano de 1967, e apos varias reclamacoes na enfermaria da base de muitos dos especialistas, de algumas mordidelas aparentemente estranhas ao ambiente local, como os celebres mosquitos e outros insectos proprios do local, o comando da altura resolveu por cobro a invasao dos percevejos que engordavam dia a dia do pouco que ainda nos rsetava do fisico. Para tal, resolveram dar-nos alguns detergentes e escovas para uma limpeza geral dos quartos e lavagem compulsiva das camas...
Tudo ficou a brilhar e todos nos contentes com a situacao aparente, pois nao passou muito tempo que nao so as mordidelas aumentaram como o numero destes animaiznhos triplicou. Conclusao..eles adoravam detergente e outros produtos inerentes a boa manutencao e limpeza dos dormitorios. Novo ataque, nova guerra, nova limpeza...mas a situacao mantinha-se. A malta claro que se adaptava da melhor forma as circusntancias, untando-se de alguns produtos repelentes (a mosquitos) mas pelos visto nao a percevejos, pois eles cada vez engordavam mais... e malta cada vez aprecia com mais mordidelas.
Enfim um dia, um dos nossos camaradas especialista, resolveu tomar uma atitude drastica, o que foi aceite e seguida de uma maneira geral por todo o resto dos queixoso. Nada mais nada menos que trazer as camas (parte metalica) para a praca publica, recinto a frente dos dormitorios, deitar-lhe JP4 e pegar-lhes fogo, para destruir esta malvada praga. E assim foi... tudo parecia normal, a guerra tinha acabado, as camas pareciam mais um torresmo que uma cama, que depois de muita lavagem foram colocadas nos respectivos dormitorios. Novamente equipadas com os respectivos colchoes, almofadas...enfim todos os acessorios minimos para o poiso do nosso descanso. Mas que tragedia, quando passado alguns dias, alguem se queixou que novamente tinha sido mordido compulsivamente por estes animaizinhos simpaticos. Bom nem mais nem menos, tudo estava minado. Colchoes, almofadas bom mesmo tudo, e por incrivil que pareca, desmontamos a parte metalica de uma das camas, e dentro da tubagem, eram tantos os nossos "amigos" que acabamos por entrar numa revolucao continua contra a especie.
O Comando acabou por nos arranjar produtos especificos para a destruicao dos mesmos, e depois de uma guerra aberta aos mesmos, nao conseguimos resolver o problema na totalidade mas miminizamos muito toda esta praga... Assim ficou conhecida pela Revolucao dos Percevejos.

T6 and ASix


So mais uma imagem da epoca, que me faltava adicionar a tao corajoso acto!!!

domingo, 14 de agosto de 2011

2 tipos de maquinas: O T6 e o A6


2 tipos de maquinas: O T6 e o A6

Na BA12 havia 2 tipos de maquinas: O T6 e o A6 (Antonio Six)...Digo maquinas pois o A6 era uma especie de protector daqueles que por boa ventura eram amigos dele. Recordo uma passagem durante o Natal de 1967, apos um jantar que nada teve a ver com o Natal, em que todos nos juntamos e confratizamos da melhor forma possivel, em que o meu amigo A6, conseguiu demonstar que conseguia fazer o quatro apos ingerir uma dose brutal de cervejas... Tentou e a muito esforco la conseguiu. Como isso nao bastasse resolveu desafiar-me para um tipo de jogo, que como ele dizia so para "quem pode"!!! Curiosamente la o segui, ate um descampado entre duas camaratas, onde existiam aqueles bidoes mosntruosos e tradicionais, que eram usados para todo o tipo de lixo. Entao comecou por me explicar o tipo de jogo. E facil dizia-me, pegas no bidao em peso e atiras para ver quem atira mais longe. Ai, obviamente que me ri, mas para nao fazer figura de fraco, resolvi tentar pegar no Bidao, que dificilmente se mexeu. Obviamente que me ri, pois pensei que o A6 iria ter dificuldades tambem para o fazer, especialmente no estado em que se encontrava. Como se apercebeu que eu nao conseguia "jogar", virou-se para mim e disse: Esteca (meu nome de guerra), sai la da ai e ve como se joga. Para meu espanto, pegou no Bidao no ar como se nada fosse e ai vai ele, atira-o pelo ar, provocando como e obvio um enorme estrondo. Como isso nao bastasse, resolveu tentar novamente uma vez que a distancia que tinha como objectivo nao tinha sido atingida. Entao pega novamente no bidao, e na altura que o estava para atirar novamente, ouve se uma voz atras de nos dizendo: " O nosso cabo o que pensa que esta a fazer"? Olhe que aqui nao ha turras!! Va vamos la a por isso no chao! Era nem mais nem menos do que o Major Almendra, que alem de comandar os Paras, tambem geria a parte dos especialistas. Ora todos nos o conheciamos como um tipo teso que resolvia tudo a chapada. Bom, o A6, limitou-se a dizer: " Nao ponho" !!! O Mj Almendra nao sabia se havia de rir ou actuar... mas aproximou-se do A6 para o convencer a desistir. Bom o A6 continuava com o Bidao no ar e com uma voz muito alta e forte, disse ...se o Sr Major se aproxima eu atiro-lhe com isto. Ai o Almendra apercebeu-se que ele nao estava a brincar e ao ver a forca do "bicho", resolveu virar-se para mim e dizer: "E Natal, convenca la o seu amigo a por aquele bidao no chao e a ir dormir"... e la se foi embora a rir!!! Eu cheguei a ver o caso mal parado, mas depois cheguei a mais tarde quando ja na vida civil tive oportunidade de almocar com o Almendra (entao Brigadeiro) que ele gostava de gentre "tesa", e melhor que ninguem o A6 assim o tinha demonstrado.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pilotos versateis



Para a Guiné, montar a esquadra dos G-91 – Tigres (que em Moçambique chamaram depois Jaguares, nome que ainda se mantém), foi o Egidio Lopes, acompanhado pelo Ary Meca Murracas, Manuel Luís António e o então 1º Sar. Piloto Cardoso. Um grupo de alto gabarito, sempre pronto e operacional para o que desse e viesse.
O T/Cor. Hugo Damásio e o Egidio viajáram no mesmo DC-6 para a Guiné. O velho “leão” (H. Damásio) foi comandar o Grupo Operacional, mas fazia também parte da Esquadra dos Tigres. Meses depois foram chegando outros pilotos, entre os quais o Maj Pil. Av. Moreira, que ficou a comandar a esquadra, depois de estar tudo montado e operacional.
Como pormenor: quando o entao tenente Egidio Lopes foi nomeado para a Guiné, fez uma reunião com os sargentos mais antigos da Manutenção da B.A.5, tendo encarregado o 1º Sargento Marques de arranjar uma lista de mecânicos, das diversas especialidades para a esquadra da Guiné.
No dia seguinte o entao Sargento marques informou o Ten Egidio que eram todos voluntários. Foi uma negociação aturada para fazer a selecção sem ferir susceptibilidades, mas que o 1º Sarg. Marques e e 2º Sarg Resende, este com a especialidade de motores a jacto, conseguiram levar a bom termo.
Os poucos pilotos que havia para voar todas as aeronaves na Guiné, fazia com que muitos voassem 2 tipos de avião. Voava normalmente o Fiat e Dornier-27. Num curto período de tempo houve uma falta de pilotos de T-6, avião que nunca tinha voado. Um dos casos foi o Ten Egidio que pediu ao Ten. Mil. Marinho para me dar umas horas de instrução de voo neste avião, depois de ter estudado a TO. Ao fim de 3 voos foi informado que já poderia voar sozinho!! E lá foi, com algum receio, fazer uma voltas de pista. Não se sentia muito seguro. Mas no dia seguinte era necessário fazer um ATIP com o T-6. Foram pedidas instruções ao Marinho e o Ten Egidio ousou arriscar. Quando ia a caminho do avião, o Resende perguntou se me podia acompanhar. Nem pense foi a resposta do Egidio! Morrer por morrer que morra só um porque não tenho experiência neste avião. E muito menos a fazer bombardeamento.
A resposta do Resende mostrou realemnte a lealdade e camaradagem que existia e tais situacoes... dizendo: Então morremos os dois, e lá foi buscar um paraquedas para ir comigo. Correu tudo bem, mas o Ten Egidio ia muito desconfortável e com alguma insegurança à mistura. Insensatez, exagero? Talvez, mas era assim!

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